segunda-feira, 30 de junho de 2008

Dolls - o filme

Ontem à noite fui assistir Dolls. Fazia um tempão que eu estava procurando esse filme, e aí aparece uma mostra de filmes japoneses. Como não podia deixar de ser, a companhida de Arekusu san só tornou mais agradável o passeio... Domo arigato!

Bom, para começar, o filme foi na Cinemateca Brasileira, lugar que, por si só, já vale a visita. A Cinemateca foi transferida para o prédio do antigo matadouro municipal, na Vila Mariana, em 1992. Antes, era o Clube de Cinema de São Paulo, que foi fechado pelo Estado Novo e depois reaberto em 1946.

Para quem não sabe, o crescimento do bairro Vila Mariana ocorreu com a abertura do matadouro municipal.

Bom, o ambiente é totalmente diferente de um cinema qualquer. Na entrada do cinema há uns objetos curiosos, referentes à origem do cinema. Quem puder, vá conferir!

Bom, quanto ao filme... poucos são os filmes tão plasticamente bonitos e tão simbólicos. Logo no início, uma cena do teatro kabuki, arte em que se baseia todo o filme. Dali, começa a história de amor central, que vai "amarrando" as duas outras. São dois mendigos amarrados que caminham durante todo o filme, a primeira história de amor. A segunda, de um chefe da yakuza, que deixou sua namorada na juventude e volta ao lugar em que eles se reencontravam e em que ela o espera todo sábado, e a terceira, de uma cantora de popstar que sofre um acidente e um fã fanático que se cega. Todas as histórias têm um mesmo fundo: um passado irrecuperável, a idéia de que o que não foi, não pode ser mais.

As cores no filme também são marcantes: o caminhar do casal de mendigos vai apresentando as estações do ano, e, creio eu que, de alguma forma, as cores das suas roupas vão mudando com o passar do tempo.

Para quem não viu, vale a pena. Eu havia assistido há muito tempo, logo da estréia, em 2002. Era outra pessoa, e muitas das impressões mudaram. Contudo, a sensação de beleza plástica e de simbologia rica permaneceu. E, mesmo mudando, as impressões são ainda melhores!

Recomendo!

Beijos

Lúcia