quarta-feira, 28 de abril de 2010

Hanami - Cherry Blossoms


Bom, para começar essa série de postagens sobre o Japão, parto de um filme que assisti hoje. Recomendo.

O filme é, para início de conversa, alemão. Sim, alemão. Já interessa daí: uma visão alemã do Japão. A história começa na Alemanha, e Trudi fica sabendo da doença fatal de seu marido. Quer fazer viagens, aproveitar a vida, o que é difícil, já que Rudi (seu marido) detesta mudanças na rotina. Vão visitar dois de seus filhos em Berlin, e a viagem não ocorre como gostariam, já que os filhos não têm tempo - nem paciência - para receberem os pais. Dali, vão para a praia onde, subitamente, Trudi morre. Rudi, então, lembrando da grande paixão da mulher pelo Japão e pela dança Butoh, resolve ir visitar seu outro filho que mora em Tóquio, para tentar realizar o desejo da esposa de conhecer o Fuji san. E, a partir daí, o filme se desenrola contrastando diferentes culturas, o modo oriental versus o modo 'ocidental'. Há de se enfatizar a personagem Yu, uma dançarina de butoh, que acaba orientando o longo caminho de Rudi no luto por sua esposa.

Hanami nos dá a oportunidade de experimentar uma visão bastante única de um país tão diferente: do caótico ritmo de Tóquio às belíssimas - e calmíssimas - paisagens, das luzes de Shinjuku (bairro 'moderno e brilhate') aos parques em plena época de flores de cerejeira, todo o contraste no qual vive o povo japonês fascina, e é impossível não tentar (pelo menos tentar) compreender a profundidade de um povo tão diferente do nosso.

É isso que me impressionou mais no filme. A diretora alemã - a meu ver - captou uma essência bastante difícil de ser captada. Sem contar outros detalhes de uma sinceridade única: o difícil relacionamento entre pais e filhos é retratado de uma forma ímpar, desnudando o choque de gerações que, em muitos outros filmes, é mascarado, tornado discreto.

Vale a pena ver o filme, e desta postagem sairá outra em breve, a respeito do Fuji san, o "Mister Fuji".

Bom, essas foram - bem superficialmente - as impressões de uma espectadora absolutamente encantada.

Lúcia

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